domingo, 18 de abril de 2010

Carta de um jornalista mal humorado. Definitivamente.

Eu realmente não gostaria de estar aqui. Há tanta coisa para fazer. Tanta coisa mais interessante. O livro Percy Jackson e os olímpianos, O ladrão de raios, por exemplo, estava realmente me proporcionando uma leitura atrativa. Mas o que a gente pode fazer quando esse lado humano e carente aflora? Pôr pra fora, é claro, independentemente de quantos minotauros estão sendo mortos. A coisa é abrir uma página do word para desabafar, computadores existem para isso, afinal...

É um sábado a noite, o relógio conta 23 horas e 6 minutos. Sim, cá estou eu no computador ao invés de fazer algo realmente produtivo. Dançar por exemplo. Faz bem para a saúde, principalmente a minha, acostumada a tanto sedentarismo... Eu poderia estar dando uns amassos com algum rostinho bonito e braços fortes também, em algum cantinho tranqüilo com pouca iluminação, mas não. Cá estou. Incapaz de divertir nos braços de outro alguém, a não ser o filho da puta que me deixou há um tempo atrás. Aqui estou eu incapaz de me concentrar nessa porcaria de texto, porque não consigo parar de pensar em “o quê” o desgraçado está fazendo agora, qual será a nova boca que ele está beijando? Será que já foi pra cama com ela? Teve o novo disparate de levar uma nova apresentação a uma família que eu considerei como minha por tanto tempo? Por que ele não liga? Por que não me procura? Não foi, aliás, o que ele fez há alguns dias atrás? Estava carente, sozinho, infeliz, precisava de um ombro para chorar, e o meu esteve ali à disposição, para que ele chorasse, desabafasse, e desaparecesse do mapa outra vez. Eu deveria saber, afinal... Disse que ele podia contar comigo quando estivesse triste, e ele levou a analogia com um lenço de papel a sério. Sim, porque o que você faz com um lenço de papel quando termina de usá-lo? Ele não tem mais serventia nenhuma. Qual é, é tão difícil de aceitar isso?

A presença dele está em cada detalhe de sua ausência. Essa metáfora parece tão coisa de quem não tem o que fazer (principalmente num sábado a noite), mas é realmente muito perspicaz. Você olha para o lado e encontra algum objeto que te remete ao desgraçado, vive uma situação que carrega uma incrível nostalgia a algo que vocês viveram juntos, enquanto ainda viviam seus felizes-para-sempre. Há o cheiro que ele exalava, o calor do toque dele em seu corpo que parece se aquecer apenas com a lembrança...

E você está sozinha.

Num sábado a noite.

Na porra de um computador.

Pensando no desgraçado.

No desgraçado que não te procurou, isso porque dizia precisar de companhia. Não sejamos idiotas, pelo amor de Deus, se ele não te procurou nem para isso, para uma simples companhia, é porque ele está com alguma muito melhor do que você. Ele está tendo mais do que isso, mais do que uma simples e confortável companhia, provavelmente noites ardentes de sexo com vadias que, você sabe, nunca vão amá-lo como você o ama.

Sejamos realmente, realmente espertos, ele vai voltar quando levar um novo pé na bunda, vai voltar para pegar o que de melhor você oferece, o seu amor, seu carinho, sua paciência (afinal, com ele, é só você quem tem). Vai sugá-la até o fim, até extorquir todo seu bom sentimento, todo o seu carinho. E sabe o que ele vai fazer depois? Não vai responder a seus telefonemas, vai te bloquear no MSN, não vai sequer te avisar quando a família o visitar porque ele nem está pensando em você, ele está pensando na outra que ele vai comer no dia seguinte. Ele está pensando em o quanto ela promete ser mais gostosa do que a anterior. E, francamente, não é preciso lembrar mais uma vez o que ele vai fazer depois disso, certo?
Porque a outra vai dar um pé na bunda dele de novo (combinemos, ninguém agüenta ele!). E ele não vai se importar! Porque sexo ele arruma de qualquer uma, a qualquer momento. Beijos ele encontra em qualquer lugar, de qualquer pessoa. Mas amor... amor não.

Amor ele só encontra com você. Do mais alto nível. Você o ama tanto que dói. E ele sabe disso. Ele precisa disso. Ele precisa de que você o ame, por isso ele volta. Não pode se dar ao luxo de perder a fonte de amor, a fonte de energia. Ele sabe que só você o amará a ponto de fazer tantos sacrifícios. Ele sabe que você o ama tanto que é incapaz de deixa-lo, incapaz de se aborrecer por muito tempo, incapaz de guardar esse amor para si mesma. Ele sabe disso. Ele não tem nenhum interesse em te retribuir, mas ele se viciou em altas doses do seu amor. Ele vem pegar a dose, as vezes semanal, as vezes mensal, que ele necessita, e então, ele se vai. Porque você não serve para mais nada além disso. Porque a sua felicidade a ele não importa. Porque não tem problema nenhum que você não esteja tomando sua dose. Não tem problema que você esteja morrendo de abstinência. Poderia dizer que ele não se importa, mas a verdade, verdade mesmo, é que ele não parou para prestar atenção tempo suficiente para perceber que você está morrendo, e para então, se importar. Ele nem se lembra de você.

Então que vá para inferno. E carregue o vício. Carregue o meu amor.

E, obviamente, me carregue junto. Porque eu não sei, realmente não sei, viver sem ele.

Merda.

2 comentários:

Júlia A. Quinan disse...

Paaaaula !
Amei esse texto!
Diz a verdade memsmo sobre os desgraçados egoístas... É sincero, e nossa... Pior que é assim mesmo :(
Meus parabéns, e saudades de ler o que você escreve.

Júlia da M&P :D

Anônimo disse...

oie
Nossa,vc me surpreende kada vez mais
the perfect
amo ler o ki eskreve...pois consegue toca a todos de uma forma unica
vc ainda tem a carta do papai?
super bj