segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O amor...

O Amor, queridos. Dizem uns o problema, dizem outros a solução. E nessa o mundo vai sacolejando, pendulando, girando em círculos. As gerações vão aprendendo a desaprender, desapegar e se perder. Copiando os mesmos erros, papagaiando as mesmas bobagens. Ah, o Amor. Criatura incompreendida, confusa, com síndrome de Fernando Pessoa. Talvez a incompreensão resida no viés da interpretação. Ninguém é capaz de definir o que é, mas e se definirmos o que não é? Uma coisa é a prova de seu oposto: um oposto é a prova de sua coisa. Mas e se o amor for a própria oposição do Amor? Sua própria contradição? Hoje pedra, amanhã pena. Hoje pena e pedra, amanhã pedra e pena. Se o amor é fogo e brisa, a temperatura ambiente é isenta de amor? Estaria pensando eu, pobre tola!, naquele amor que não desiste, que não foge, não abandona? Mas se o amor exige a fuga, estarei eu desamando ao escolher ficar? E se o Amor se parte, e um amor se vai, o que fazer com o amor que fica? Talvez não. A contradição não ilumina as definições desse amor, mas ainda resta um. Resta o Amor dos olhos. A persiana solidária que deveria permanecer sempre fechada, desviando a atenção de nosso ponto central e cobrindo nosso olhar com bandagens de seda. Talvez, pobre tola!, eu acredite que esse Amor seja a chave. Pobre Amor! Deve ser tão difícil ser a chave quando o mundo tem preguiça de destrancar a porta...!

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