Ele sabe que eu sou
gorda?
Falando
sobre isso com algumas amigas antes, tive reações do tipo: para de ser boba,
não fala assim não!
Refletindo, cheguei à conclusão de que são
elas que estão sendo bobas. Por que todo esse mimimi na hora de reconhecer meu
peso? Desde quando dizer “eu sou gorda” é não me dar valor? Eu não estou usando
qualquer adjetivo pejorativo para me definir. Estou reconhecendo uma
característica. Para mim, é o mesmo que dizer: ele sabe que eu sou loira? Morena?
De cabelo colorido? Que uso óculos? Que sou branca, parda, negra, ruiva, me
falta um dente, tenho uma cicatriz no rosto?
Não
é mania de expor os ditos “defeitos”, como já fui obrigada a ouvir. É mania de
mulher decidida que não quer perder tempo com preconceito, tendo que abrir mentes
fechadas, esperando um pouco de aceitação de um cara patético que não fez o
dever de casa e está com expectativas estereotipadas. Luto com isso todos os
dias. Se eu topei sair, flertar, beber alguma coisa e dar uns pegas em alguém,
quero passar o meu batom vermelho e fazer exatamente isso.
É
por esse motivo que, quando marco um encontro, faço questão que o cara saiba
com quem vai se encontrar. Ele olhou
todas as minhas fotos? Não só as do perfil, cheias de filtro e do pescoço para
cima, mas especialmente aquelas em que fui marcada, bêbada, maquiagem borrada e
cabelo bagunçado? Espero que sim. Foi uma amiga quem passou meu telefone? Que
ela diga a ele. Porque um homem de verdade pode até achar que eu não faço muito
seu tipo, mas vai querer me conhecer por trás dos dígitos da balança. O outro
tipo de homem não, e assim a gente não perde tempo, não desgasta a lingerie
nova, evita a surpresa da hora H e uma situação desconfortável, sem tesão
nenhum de ambas as partes. Ele, porque esperava uma cinturinha 38 e coxas
finas. Eu, porque esperava o tal do homem de verdade.
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