domingo, 5 de janeiro de 2014
Eu amo a minha vida.
Eu detesto a minha vida.
Quando eu paro para pensar, sempre chego à conclusão de que não deveria ter pensado. Veja bem, eu amo a minha vida. Não, não. Não estou sendo contraditória. Eu detesto e amo minha vida, tudo ao mesmo tempo.
Eu detesto porque me sinto a cada dia mais sozinha. Confesso que ter a personalidade um pouco marcante a ponto de não deixar de fazer o que me faz bem para agradar aos outros - frase batida, mas puramente real - não ajuda muito nas companias. Não ligo. Não me acho egoísta, ao contrário. Se um amigo precisar de verdade de mim, estou lá pra ele, faça chuva ou faça sol. Talvez nem necessariamente um amigo, mas alguém que reconheça precisar de minha ajuda. Eu ajudo, se eu puder. Juro.
Mas isso não deveria importar, certo? Porque sou eu. É por isso que amo a minha vida. Sou tão determinada a conquistar o que quero. A investir no meu futuro, nos meus sonhos, nos meus talentos, a tentar a qualquer custo. A abrir mão de momentos corriqueiros para isso. E eu vou conquistando. Sempre. Aos pouquinhos.
E ter amigos que não entendem isso, que não respeitam isso, acaba comigo. É por isso que eu detesto a minha vida. Eu vivo perdendo supostos amigos. Simplesmente porque eles não entendem. Mas deveriam, não deveriam? Alguns desistem de mim porque eu não posso acompanhá-los nas cervejadas diárias. Outros, nas baladas semanais. E isso não é certo, é? Porque eu estou lá pra eles. Com todo o meu coração.
E tenho um amigo fiel, com quem posso contar... ou talvez não, porque não entendo os reais sentimentos dele por mim. Mas eu me calo. Finjo não perceber. Tento evitar a constatação de que é mais um amigo que estarei perdendo quando esses outros sentimentos se forem, e só restar a amizade. Será que ela sequer existiu? Eu faço de conta que sim, mas vai saber.
Tenho 23 anos e já passei por mais desilusões amorosas do que posso contar. Eu detesto a minha vida. Mas amo a minha vida, porque já tenho tantas experiências! E, felizmente, já criei muita resistência para isso. Supero um amor assim que consigo outro. Ninguém se torna insubstituível para mim, mas, ao mesmo tempo, enquanto eu puder lutar para dar certo, lutarei, e é por isso que eu amo a minha vida. Nada me magoa o suficiente para eu perder a fé de que uma hora pode dar certo. E vai dar, porque eu amo a minha vida, por isso farei dar.
Ou não, se as pessoas continuarem se recusando a ver meus tais defeitos como qualidade, e me trocando por copos de cervejas, baladas e atrações insignificantes.
É por isso que eu detesto a minha vida.
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