Você já passou por isso? Ou melhor, já parou para pensar quantas vezes isso vem acontecendo com você? Eu já. É sobre isso que vim falar hoje.
Noite passada descobri que preciso de ajuda. De que tipo? Não faço ideia. Talvez um conselho de quem já tenha passado por isso. Talvez apenas minha própria ajuda, meu esforço que virá com o tempo. Muita atenção, muita reflexão, e pouco medo. Principalmente pouco medo.
Tudo começou com um sonho tão intenso que despertei agoniada, uma constatação assustadora. Estaria eu apaixonada?
Ora, o que te faz pensar que eu deveria saber? O que sou a não ser uma aprendiz das lições e armadilhas da vida? A única coisa que sei é daquela pequena contração no estômago, o desejo de ver, sentir, sorrir, tocar, não necessariamente nessa ordem. Isso a gente sabe descrever com nossa pobreza lexical. Mas como você sabe o momento que aquilo deixa de ser um simples e inocente flerte e passa a ser algo mais?
É complicado. Sou o tipo de pessoa que não corre o risco se não for algo extremo. É aí que surgem os amigos cobrando respostas e notando a diferença no seu comportamento. Mas o que você vai dizer pra eles?
Estou apaixonada.
Mas espera aí... Estou mesmo?
Acho que estou apaixonada.
Mas como a gente “acha” essas coisas?
Não tem o que dizer pra eles, porque você não tem certeza. Mas e aí? Como você faz pra ter certeza?
Veja essa história: você paquerava alguém, você gostava a beça desse alguém, você não via a hora de ele chegar e ficar na companhia dele, e, bem, você sabia que estava a fim dele, mas era coisa boba, só o flerte, fiquemos nessa.
Então ele vai embora, você nunca mais o vê, e a saudade aperta num ponto que você se sente desesperada para encontrá-lo. Daí você dorme, sonha, e no outro dia acorda com aquela confirmação:
Puts... Eu deixei passar. Eu gostava mesmo dele e deixei passar; perdi.
Então tudo se repete. As mesmas contrações no estômago, os mesmo flertes. E você não liga. É só um flerte.
Quando você nota que algo está estranho? Bem, sonhar com imagens de desejo, pegação, momentos de riso, momentos de choro; isso é fácil. Agora, você já teve aquele sonho que te fez acordar ofegante e com o coração acelerado? E tudo isso porque você deu um simples abraço. Um bendito de um braço e seu peito se comprimiu de um tanto que você só queria enfiar a mão lá dentro pra abrir a passagem do ar que roubaram de suas veias? Daí você senta na cama, passa os dedos entre os fios de seus cabelos úmidos e pensa “merda, estou tão fodido...”.
E, diga o que quiser, você está fodido, porque estar apaixonado é curioso, é gostoso, os flertes são divertidos e você vai dormir com um sorriso bobo nos lábios. Mas, droga, isso vicia. Você vai precisando cada vez mais daquilo, cada vez mais mais e mais e você já não sabe mais o que fazer meuDeusmande uma solução um abrigo um consolo qualquercoisaquemefaçameaproximaredroga, perdi o oxigênio só em pensar na loucura que é!
E na melhor das hipóteses, se a pessoa corresponde (o que normalmente não acontece) é tudo lindo, tudo perfeito, o romance acontece, aflora, esquenta, até que o encanto se desvanece e as responsabilidades de uma relação a dois aumentam, aumentam, e você só queria mesmo se lembrar de como era a sua vida antes ter seu coração de cristal nas mãos do seu amado. (Antes dele? Como assim? Existia algo antes? Nem posso imaginar como era minha vida nessa época, provavelmente uma merda).
Calma, calma, não estou criticando relacionamentos. Não é porque não tive sorte em nenhum deles que todos sejam ruins. Só quero dizer que é um grande passo, e que nem sempre é o momento de começar um. Embora seja deliciosamente e indescritivelmente bom ter alguém para compartilhar seus momentos mais solitários, porque eles simplesmente deixam de ser assim.
Mas essa era a melhor das hipóteses. A pior? Bem, ele pode ir embora também, e aí você vai acordar na sua cama meses depois e dizer: merda, tudo de novo.
Ou a pessoa simplesmente não vai te retribuir e vai jogar a verdade pra você com papel de embrulho e uma fita colorida dizendo: desculpe, cuide disso sozinha, e você simplesmente vai pensar que era melhor não ter tentado descobrir a verdade e permanecido no breu da confusão.
É inocência esperar passar? E se não passar? É inocência esperar que a constatação da retribuição venha antes da sua própria? Essa é uma negação, ou é só cautela de uma pessoa que teve seus sentimentos esmigalhados e sua autoestima ferida tantas vezes que não tem fé em sua própria capacidade de despertar paixão e senti-la ao mesmo tempo?
Como você descobre que está apaixonado (a)? Eu já nem tenho certeza se quero mesmo descobrir...
Viu só? Sou uma pessoa confusa. Só espero não acordar em alguns meses e pensar que, definitivamente, estou perdida.
Srta. Mily
Encerremos hoje com chave de ouro, um trechinho de “Sober” da Pink, porque não tem absolutamente nada a ver com esse post, mas eu estou pouco me importando com isso.
I don't wanna be the girl who laughs the loudest
Or the girl who never wants to be alone [..]
I don't wanna be the girl that has to fill the silence
The quiet scares me cause it screams the truth
Please don't tell me that we had that conversation
I won't remember, save your breath, 'cos what's the (use)?
Aahh, night is calling?
And it whispers to me softly come and play...
Aahh, I am falling
And If I let myself go I'm the only one to blame!
Um comentário:
Esse texto serviu pra mim... essa amiga maravilhosa que tem o dom de escrever e me ajudar quando preciso desabafar *-* te adoro mtoo
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