Não tenho medo da morte. Podem me chamar de tola, ou de corajosa, talvez. A verdade é que eu não sei o que me espera do lado de lá - se há realmente algum lado de lá -, mas eu costumo olhar em volta e pensar... Se eu estou num mundo onde tantas pessoas morrem, se matam, se destroem, e tudo pelos motivos mais pessoais e inadmissíveis, por que temer o desconhecido?
O conhecido por si só já é assustador.
Quando morrer, não chorem por mim. Não consigo viver num mundo onde rapazes são assassinados por beijarem outros rapazes. Onde mulheres são espancadas, crianças violentadas, inocentes passando fome, sede e frio. Não consigo viver num mundo onde os responsáveis pela segurança, saúde e educação do povo trocam tudo isso por um dígito a mais em sua conta bancária.
Quando eu morrer, rezem pelo meu espírito, para que eu possa encontrar a paz que aqui eu tanto sonho.
Quando a minha hora chegar, eu irei sem medo e sem tristeza. Até lá, vou fazer o que eu posso pra mudar tudo o que me assusta por aqui. Sou pequena, eu sei, mas plantarei cada semente de cada bom sentimento que eu tiver. Onde e quantas delas darem frutos já é uma vitória a mais a um mundo para o qual não parece ter esperança.
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