Obrigada Senhor!
Obrigada por me lembrar das minhas limitações!
Obrigada, porque não importa quantas vezes eu tenha sonhado em ser uma escritora tão boa quanto uma Cassandra Clare ou Lauren Kate (pois uma J.K. está realmente fora do alcance!), ou quantas vezes eu planeje um futuro brilhante num país de primeiro mundo, eu ainda estou sujeita às limitações de uma “embalagem”, do “meu pacote”.
O pacote é sempre o mesmo, imutável, às vezes com alguns acessórios a mais ou a menos. Tipo umas rugas.
Ou uns quilos.
Não importa quão grandiosos são seus planos, realizados ou desejados. Seu pacote vai ser como todos os outros pacotes. Ele ainda vai sangrar se pisar descalço em um caco de vidro. Ele ainda vai se queimar se exposto ao fogo ou ao sol. Ele não é imortal.
Obrigada Senhor, por me lembrar que o meu pacote é como o de qualquer outra garota.
Eu sou uma garota.
Não uma escritora, não uma professora, não uma sonhadora. Eu sou apenas uma garota. Com o pacote de uma garota.
E como todas as outras garotas, como todos os outros pacotes de garotas, eu tenho um coração ferido por um garoto que, como todos os outros garotos, ferem o coração de outros pacotes de garotas. Às vezes por querer, às vezes sem querer. Faz parte do pacote deles.
Obrigada por me lembrar que não importa quão deteriorado o meu pacote fique, ele sempre vai se curar sozinho...
Ou melhor, sozinho nunca. Eu tenho aqueles pacotes que parecem uma extensão de mim mesma que o Senhor providenciou para mim. Os pacotes chamados amigos que vão ajudar o meu a se recuperar.
E então, o meu pacote de garota vai conhecer outros pacotes de garotos que vão recomeçar todo o ciclo e eu vou ter que me lembrar de novo que apesar dos meus grandes sonhos ou grandes feitos, eu continuo com o mesmo pacote.
Um pacote mais experiente e paciente... mas mesmo assim, um pacote.
Mas mesmo assim, uma garota.
Srta. Mily
09/12/11
04:07